| "Até o Concreto", Galpão Fortes D'Aloia & Gabriel, São Paulo, Brasil, 2016. | |
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| AMERICAN REVIEW, 2016
concreto e têmpera sobre linho
146x129x2,5 cm
Em American Review elementos sutis desenhados com concreto branco e em parte recobertos de vermelho transbordam de um fundo vermelho. Como resíduos de uma geometria que permanece resistente e construtiva em vermelho sobre vermelho, assim é no tempo a América Latina, submetida a situações de impacto, lutas e ressurgimentos, sendo muitas vezes a cor vermelha um marco nas ações permanentes por mudanças e transformações sociais. | ENCONTRO AMOROSO DO CÍRCULO COM O QUADRADO, 2016
concreto e têmpera sobre linho
Os desenhos de cimento de "Encontro Amoroso do Círculo com o Quadrado" contém um diálogo entre estas duas formas geométricas. Como uma revelação da natureza fenomenológica presente nas formas, o concreto desenha este encontro físico e sensível, provocando penetrações que atingem a margem, marcando o espaço para fora do quadro. |
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LATINA [RETORNO PENETRANTE], 2015
têmpera sobre linho e prego | MANIFESTE ABSTRAHERE, 2014
31 min 25 seg em loop
Projeção de vídeo sobre linho, áudio
100x133x28 cm
Em Manifeste Abstrahere livros são dispostos sobre tecidos coloridos diante de um fundo amarelo. A ação consiste em remover o tecido sob os livros em um gesto rápido e preciso. O gesto, como o de um pincel sobre a tela, rearranja a posição dos livros sutilmente, nos chamando a atenção para a composição pictórica da obra. | AMERICAE PRAETERITA, 2016
concreto e livro
140x140x15 cm
Americae Praeterita (2016) traz um livro aberto com gravuras de índios crucificados e devorados em rituais de antropofagia, incrustado em um bloco de concreto. |
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FORMAL MANIFESTO [CONSTRUCTION], 2014
Concreto, vidro, livro e madeira sobre papel
Em Formal Social livros são dispostos em frames de madeira com vidro, enquadrando e encerrando de modo a não permitir que eles possam assimir seu papel social de serem manipulados. Em uma situação de museu onde para conservação coloca-se artefatos em continentes aqui o vidro, material transparente foi quebrado e ao invés de trocar por outro este foi restaurado com concreto, deixando a forma aparente e manifesta. | UP AND DOWN
vídeo
Up and Down consiste na ação do artista de apanhar no ar com um livro pipocas. O livro, objeto físico para registro do pensamento, aqui serve como continente. | FORMAL SOCIAL, 2012
Taças de cristal restauradas com concreto
105x21x12 cm
Taças de cristal foram quebradas nas partes que se tocariam ao brindar e reconstruídas com concreto. Há uma fricção nessa ação. A identidade se constrói pela diferença. A taça transparente, objeto nobre e de privilégio, de forma lapidada e fabricada é contrastada com o concreto bruto e opaco, elemento da rua, da arquitetura, da cidade, que deixa manifesto o desenho frágil da quebra na transparência do cristal. |
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COPO AMERICANO, 2012
2 min 30 seg em loop
Projeção de vídeo, áudio sobre parede do Museu de Arte da Pampulha.
O conteúdo de uma garrafa é despejado do lado de um copo e não dentro dele. Como uma prova de ordem a ação pode descrever um erro ou a possibilidade dele e o início de uma revolução. | Vista da instalação do vídeo "COPO AMERICANO" no Museu de Arte da Pampulha, 2011. | ESPAÇO LIBERTO, 2015
frames do vídeo
Projeção de vídeo sobre concreto.
Sobre fundos de um colorido sutil margens de madeira da mesma cor e ora pretas são montadas no limite do quadro da imagem e quando a mão sae deixa a deriva a construção recente, algumas delas caem e revelam um piso criando sobre ele ao acaso desenhos únicos. |
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Vista da instalação do vídeo "ESPAÇO LIBERTO" no Galpão Fortes D'Aloia & Gabriel, 2016. | DISPERSOS RECOLHIDOS, 2012
concreto e papéis amarelos sobre papel | TEORIA SENSÍVEL-MORAL DA COR, 2015
patina sobre bronze e régua de madeira |
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CONTINENTE ECONÔMICO, 2011
aço inox escovado, copo de vidro e água
Instalada na arquitetura de Niemeyer o artista toma emprestado o aço inox que reveste as colunas do museu para criar uma escada que liga um andar a outro direcionado a um copo com água.
Bolsa Pampulha 2010-2011. Museu de Arte da Pampulha, Belo Horizonte, MG, Brasil. | ARMA BRANCA, 2011
frames do vídeo
18 min em loop
projeção de vídeo, áudio
O artista deposita facas em uma sacola plástica branca até o ponto desta não suportá-las mais e deixá-las cair. | Vista da projeção do vídeo "ARMA BRANCA" sobre a arquitetura do Museu de Arte da Pampulha, Belo Horizonte, exposição Bolsa Pampulha 2011. |
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NARCISO NO MIJO, 2006
O artista mija no chão e aparece refletido em sua própria urina. Com um ferro de passar quente ele faz o líquido onde aparece refletido o seu rosto evaporar-se aos poucos, desfigurando seu retrato até sua completa ausência no reflexo. | FERRO NA CUECA, 2006
O artista tira a cueca e coloca dentro dela um ferro de passar. O ferro queima aos poucos a cueca até o ponto de atravessá-la e cair dentro de um continente de água e provocar uma explosão. | frames do vídeo "FERRO NA CUECA". |
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CIVILTÀ AMERICANA, 2012
Biblioteca Centro Cultural São Paulo, Brasil.
O livro cujo título batiza a obra encontra-se pousado sobre folhas de papel rosa. Uma mão entra em cena para realizar dezenas de vezes o mesmo gesto: embrulhar e desembrulhar o livro fazendo uso das várias folhas. Passado o tempo, os vemos rasgados, gastos, desfeitos, engruvinhados. Do primeiro ao último frame as mãos aceleram o seu processo de construção/destruição, assim como é o processo de formação das civilizações | ATÉ O CONCRETO, 2016
A mão do artista corta incessantemente 9 planos de cor em diferentes formatos de quadrado, removendo aos poucos as quatro aresta, transfigurando a figura do quadrado em círculo e o círculo em ponto até o limite da mão retirar toda cor e deixar ver apenas o concreto onde está projetado, a cada arrancar de cor o conceito de abstrahere que significa dividir, retirar, apartar. | vista do vídeo "ATÉ O CONCRETO" no Galpão Fortes Vilaça, 2016. |
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PAUTAS HERDADAS: LÉXICO CONCRETO, 2013
Concreto sobre papel | FÍSICO, 2015
Frames do vídeo
Projeção de vídeo, áudio sobre tela de linho.
Sobre um fundo preto uma mão acende um palito de fósforo e deixa-o cair sobre este que queima e revela por trás um outro plano branco. Novamente agora sobre o plano branco um fósforo aceso queima e abre-o deixando ver outro plano preto e assim sucessivamente o físico toque do palito aceso sobre as cores revelam seu contrario. | projeção do vídeo "FÍSICO" sobre tela de linho pendurada parede. |
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"MATERIAL MANIFESTO", Galpão Fortes Vilaça, 2014, São Paulo | Latinos, 2016Projeção de vídeo | Em Síntese [ìcone], 2016Concreto e têmpera sobre linho |
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Narciso no mijo, 2006vídeo | Completa experiencia, 2015concreto branco sobre linho | Roupas para Sapatosvídeo |
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O Social, 2016Em O Social (2016), garrafas e recipientes diversos se alternam na tela num movimento autômato, mas com forte carga sexual. | Orações, 2015concreto e têmpera sobre linho | Initiation à la Revolution Tropical2013, têmpera e concreto sobre papel, metal, madeira e parafusos
33x34X7 cm
Foto: Estúdio Eduardo Ortega | Galeria Fortes Vilaça |
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Torso, 2016concreto e cinto 88x37x25 cm
Em Torso (2016) um cinto de couro envolve o topo de um bloco de concreto no diâmetro exato da cintura do artista. | Marginal Oceano, 2015Projeção de vídeo sobre painel de concreto | Local Marginal, 2015Concreto e pregos sobre impressão fotográfica |
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Libera Abstrahere, 2014Projeção de vídeo áudio sobre linho | Reserva PrópriaProjeção de vídeo, áudio sobre cortina de veludo do Museu de Arte da Pampulha. | frames do vídeo |
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Material Abstrahere, 2014Projeção de vídeo sobre linho, áudio | Découverte des Américains, 2013vídeo-projeção, (still do vídeo), 28 min. 14 seg.
Em Découverte des Américains a analogia com o neoconcretismo é intencional. Câmera fixa, um amarelo estridente, solar, tinge o muro ao fundo. O chão está tomado por areia clara. Papéis-celofane de diferentes cores segurados por duas mãos na parte superior da tela caem, um a um.
Meio parangolés, meio relevos espaciais. Em um primeiro momento cada folha é plana; uma vez solta, caindo ao acaso, torna-se tridimensional. | Típico Capital, 2014Sacola plástica, pregos de aço, concreto e pena
50 x 29 x 11 cm |
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Search for Form, 2015Projeção de vídeo sobre concreto sobre tela de linho | Ascende a LuzVídeo, áudio | Emerge ManifestoTêmpera sobre madeira |
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Inside Latin-America, 2015Têmpera e concreto sobre papel sobre aço inox
22x15 cm | Latinos, 2015Projeção de vídeo, áudio | ContinentesConfetes de carnaval contidos |
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Antes da História, 2013concreto e grafite sobre papel sobre metal | Meditação sobre um TridimensionalIluminado, 2010
Trena, relógio, motor elétrico e luminária
170 x 170 x 210 cm
Três relógios marcam o tempo e, também, ao serem girados por motores elétricos, tensionam e expandem a dimensão de 170 cm de três trenas presas aos relógios, marcando o comprimento, a altura e a largura de um “tridimensional iluminado.” | RADICAL PRESENCE [ANTROPOFAGIA], 2013 Cerâmica plástica e concreto sobre papel sobre metal e varetas de madeira 30x33x25 cm
ANTES DA HISTÓRIA, 2013 Grafite, acrílica e concreto sobre papel sobre metal 2x35x30 cm
INITIATION À LA RÉVOLUTION [TROPICAL], 2013 Têmpera e concreto sobre papel, metal, madeira e parafusos 33x33x7 cm
ESTRATÉGIA RADICAL EM UMA ORGANIZAÇÃO MODERNA [OVO], 2013 Grafite, acrílica e concreto sobre papel sobre metal e copo de vidro 11x25x35 cm
LA RÉVOLUTION [BICHO], |
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Ferro Leite e Garrafavídeo | Espaço Liberto, 2013Concreto sobre papel e pregos de aço
72,5 x 44,5 cm | Ascese, 2016concreto e sapatos (detalhe)
155x22x15 cm
Em Ascese (2016), seus sapatos ascendem a um bloco similar, num movimento ambíguo. O ímpeto de alcançar o topo e atingir a Alta Contemplação*, ou profunda união com o sagrado, se confunde com o movimento brusco dos sapatos afundando no cimento. |
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Rodrigo Cass explora questões referentes a contenção e ruptura, fazendo referências à filosofia e à arte brasileira, síntese que inscreve sua prática a aspectos diversos: social, espiritual, sexual, político, geográfico e poético. A cor aparece como um elemento conceitual e construtor e assim os vídeos – seu principal meio de expressão – como site specific criam relações de contiguidade e estranhamento com a arquitetura onde são instalados.
Na contramão de trabalhos estritamente conceituais, nos quais a dimensão sensível é rebaixada, Cass interessa-se por um embate com o construtivo das coisas, extraindo de suas qualidades, cor, textura, peso, função, os alicerces dos quais nascem os títulos que o artista dá às suas obras. Por meio do desenho, da escultura, da fotografia, da instalação e da performance para o vídeo essa natureza fenomenológica é clara, bem como a ideia de processo, tão cara à sua pesquisa.
Estamos diante de trabalhos performáticos. O fato de o corpo e o rosto nunca aparecerem, mas somente as mãos, quando muito os braços também, contribui para a ausência de drama e expressão. Não existe aqui lastro subjetivo. Mas sim, mãos que trabalham, metodicamente, repetidamente, sobre algum material.
O início de sua obra e pesquisa é marcado por experimentações solitárias diante de uma câmera parada, tomando o espaço do quadro do vídeo como uma espécie de membrana entre a ação realizada e a narrativa absorvida pelo espectador. Em todas estas obras, observa-se o aspecto mínimo do cenário e a precisão do enquadramento da câmera fixa, a serviço exclusivamente do conjunto de ações repetitivas encetadas pelo artista com seus objetos de eleição. Há mesmo uma transcendência nestas ações?, parece interrogar-nos o artista, mediante a sua estranha e ao mesmo tempo “desimportante” economia de meios.